Em “Dia de Libertação”, EUA anunciam “tarifas recíprocas” para 185 países.
Divulgação/White House/X
No dia 2 de abril, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou uma lista de países que passaram a ser taxados por meio das chamadas "tarifas recíprocas", calculadas com base nas alíquotas cobradas por esses países sobre produtos americanos — variando entre 10% e 50%. Alguns produtos, como aço, autopeças, alumínio, carros e caminhões, não serão afetados pelas novas tarifas, pois já estão sujeitos a taxas elevadas. As novas tarifas entraram em vigor no dia 5.
Com isso, sempre que uma empresa ou pessoa importar produtos de países incluídos na lista, haverá a aplicação do adicional. Esse valor pode ou não ser repassado ao consumidor final, o que pode impactar diretamente nos preços dos produtos.
A justificativa de Trump para a medida foi a alegada exploração dos Estados Unidos por outros países, por meio de tarifas e barreiras comerciais. Além disso, o presidente alegou que os EUA teriam pouco ou nenhum custo com a medida, mas muitos ganhos em arrecadação. Para o Canadá e o México, Trump acrescentou que as tarifas também serviriam como pressão para reforço no combate ao tráfico de drogas e ao controle da imigração ilegal.
Como retaliação, a China impôs aos Estados Unidos a mesma tarifa aplicada por Trump: 34%. Em resposta, a Casa Branca aumentou a taxação para 50%, totalizando 104%. Pequim então elevou a tarifa para 84%, e, em nova resposta, Trump aumentou a taxação da China para 125%, resultando em um total de 145%.
O Brasil foi incluído na lista com uma tarifa de 10% sobre todas as exportações. Em resposta, o Senado Federal aprovou um projeto que cria a Lei da Reciprocidade Econômica, autorizando o governo brasileiro a retaliar economicamente países que imponham barreiras aos produtos nacionais.
No dia 9, Trump anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas para os países que não adotaram retaliações. Com isso, todos os países — com exceção da China — terão apenas a tarifa inicial de 10%, além da possibilidade de negociações futuras.
Na noite do dia 11, a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA divulgou uma lista com 20 categorias de produtos isentos das tarifas recíprocas. Entre eles estão celulares, computadores, monitores de tela plana, chips de memória e semicondutores. A isenção, no entanto, pode ser temporária.
Essa decisão foi motivada pelo fato de muitas fábricas de iPhone estarem localizadas na China. Como são os principais produtos importados pelos EUA, a tarifa elevaria significativamente os preços. A construção de novas fábricas desse porte levaria anos para ser concluída.
Texto por: Pedro Caires Parreira
Edição de texto: Gustavo Novais Brasilino
Revisado por: Victor Souza