Escritora nigeriana vem ao país em junho de 2025 para debates sobre identidade, gênero e decolonialidade, e confirma presença na Flip, Bienal do Livro Rio e no Festival LED.
A premiada escritora Chimamanda Ngozi Adichie estará no Brasil entre os dias 10 e 20 de junho de 2025, sua agenda inclui a Festa Literária Internacional de Paraty — Flip (de 10 a 14), a Bienal do Livro Rio (de 13 a 23), o Festival LED — Luz na Educação (dias 14 e 15) e uma conferência no Fronteiras do Pensamento, dia 19, em São Paulo. Durante a visita, lançará pela Companhia das Letras, seu novo romance ‘A Contagem dos Sonhos’, que acompanha a crise existencial de uma mulher africana de meia-idade diante da pressão por felicidade e sucesso.
Reconhecida internacionalmente por sua escrita potente e acessível, Chimamanda utiliza sua literatura para debater temas como colonialismo, identidade, feminismo negro e imigração. Seu novo romance explora temas como a maternidade, a felicidade e os conflitos internos das mulheres em contextos de opressão histórica. A Companhia das Letras descreve o livro como: “Introspectivo e maduro, marcado pela delicadeza da prosa que já é marca da autora”.
Sua programação inicia-se na abertura da Bienal do Livro Rio, no Riocentro, onde a escritora participa de uma conversa com a atriz Taís Araújo sobre a importância das narrativas negras. Chimamanda já declarou em entrevista ao Portal Radar Cultural: “Precisamos romper com a ideia de que só há uma forma de contar o mundo. A pluralidade é o nosso maior poder”
Na sequência, participará do Festival LED – Luz na Educação, com atividades no Museu do Amanhã e no Museu de Arte do Rio. Na mesa “Educar para transformar”, ela discutirá com educadores a necessidade de a escola ser um espaço de emancipação. Chimamanda ressaltou em entrevista recente à revista Exame: “a educação precisa despertar a imaginação, mas também a coragem. Ensinar é formar cidadãos críticos e conscientes, e não apenas obedientes”.
Em São Paulo, durante o Fronteiras do Pensamento, a escritora fará uma conferência sobre os riscos das chamadas “narrativas únicas”, conceito central em seu famoso TED Talk. Como destaca o site oficial do evento, Chimamanda explicará que “quando ouvimos apenas uma versão da história, nos tornamos cegos para a complexidade do outro. O mundo é feito de múltiplas verdades”
Sua visita mobiliza leitores e intelectuais brasileiros. Para a escritora Conceição Evaristo, que dividirá uma mesa com Chimamanda durante a Flip, o encontro simboliza “a união de lutas e narrativas que atravessam continentes, mas encontram eco comum na resistência das mulheres negras”. Sua passagem deixa não apenas uma sequência de auditórios lotados e livros esgotados, mas também uma pergunta ecoando nos corredores da literatura contemporânea: Quem tem o direito de contar a história?
Por: Victor Souza.
Edição: Erika Osti.